O Signo do Zorro: A Disney entra para a Competição

Com um personagem tão icônico e prolixo como Zorro, é impossível se surpreender quando achamos um filme que conta sua história produzido em 1958 . E ainda produzido pela Disney! Na verdade, descobri muito recentemente que a saga filmográfica de Zorro conta com nada mais nada menos que 36 filmes, sendo o primeiro gravado em 1920! Eu, tendo assistido a duologia protagonizada por António Banderas nos anos 2000, foi maravilhoso ver de onde algumas referências foram tiradas. O Signo do Zorro (The Sign of Zorro) foi definitivamente uma inspiração.

Se você está achando que esse filme vai ser chato por ser tão antigo e em preto e branco, é um engano. O filme, assim como os que o seguiram, é cheio de ação, mesmo que não na escala que estamos acostumados hoje em dia. Não espere explosões ou lutas exageradas, mas uma ação com boas coreografias de lutas ainda que simples para os gostos atuais, e muitas tomadas de perseguições á cavalo.

O filme é de passo rápido, e me pareceu ter uma estrutura episódica, com pequenas histórias de mais ou menos 15 minutos ligadas umas as outras de forma quase imperceptível. Quando comecei a assistir, e os créditos começaram a passar primeiro, como é costumeiro aos filmes mais antigos, pensei que iria assistir um filme bem lento e enrolado, mas a surpresa foi boa.

Guy Williams como Zorro, 1958

As performances foram boas, principalmente o elenco principal composto, como o esperado pela época majoritariamente por homens brancos, e não hispânicos. Apesar disso, os personagens que falam algumas palavras em espanhol, para “provar” aos espectadores que aqueles personagens são em sua maioria descendentes de espanhóis, e que aquela história acontece na Califórnia no final do séc. 19.

Apesar de acostumada com a versão de António Banderas, Guy Williams que faz o papel de Zorro/ Diego De La Vega, não fica muito atrás não. O personagem, que é um Zorro diferente da versão dos anos 2000, é elegante, charmoso, inteligente e incrivelmente habilidoso com a espada, exatamente como esperamos do personagem.

A direção e outros aspectos da produção do filme como roteiro e trilha sonora são bem feitos para a época, mesmo que não sejam nada que nos surpreenda atualmente. Mas tudo é bem contado e arrumadinho, não deixando nenhuma ponta solta ao acabar o filme.

Perseguição em O Signo do Zorro, 1958

Concluindo, O Signo do Zorro é um filme divertido, bom pra quando você não tem muita coisa pra fazer, e em especial para quem gosta da história do personagem e quer assistir á uma das versões mais clássicas.