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"O Clube da Meia-Noite": A Tragédia de Aprender a Lidar com o Inevitável Tão Cedo?

A essa altura, todos os assinantes da Netflix devem saber quem é Mike Flanagan. O cineasta responsável por "A Maldição da Residência Hill", "A Maldição de Bly Manor" e "A Missa da Meia-noite" ficou famoso por suas antologias de terror que quebram nossos corações, enquanto mergulhamos fundo numa narrativa emocional e assustadora, que não deixa de ser esperançosa e essencialmente humana.

"O Clube da Meia Noite" (The Midnight Club), baseada na obra de mesmo nome escrita por Christopher Pike, estreou no catálogo da plataforma no dia 7 de Outubro, e marca o 4º projeto do cineasta em parceria com a plataforma.


A minissérie conta com 10 episódios de 50 minutos cada, e a narrativa, como de costume seguindo a estrutura de antologia, segue Ilonka (Iman Benson), uma adolescente de 17 anos que descobre ter um tipo de câncer terminal raro durante os anos 90.


Numa tentativa de se curar, ela se interna em Brightcliffe, um hospício que permite que adolescentes com doenças terminais vivam com autonomia e independência o tempo que lhes restam.

Com uma premissa essencialmente trágica, Flanagan vai além, adicionando um mistério que permeia o hospício por décadas e tons sobrenaturais que ficam no ar. Mas o que O Clube da Meia-Noite faz especialmente bem é a criação de seus personagens, seus passados, seus desejos, seus medos, sua relação uns com os outros e principalmente seu desespero.


Aqui, diferente dos outros três projetos do diretor e roteirista, o elemento sobrenatural que aparece entre os episódios não é fato, mas uma sugestão, dando espaço para o que Flanagan parece ter desenvolvido uma maestria em transcrever para a tela: A contação de histórias como um alento, como um elo, e salvação.


O que parece um pouco estranho, dado que a condução da própria narrativa da minissérie pode parecer um pouco desconexa e superlotada nos episódios finais, deixando algumas pontas soltas que apesar de incomodar os espectadores que preferem finais fechadinhos, é preciso confiar que foram calculadas.

No entanto, esses desvios na narrativa podem ser responsáveis também por apagar o ponto forte da série: o elenco e seus personagens.


Cada um com seu próprio drama, os oito adolescentes têm seu lugar para brilhar e todos fazem um papel excelente, com atenção para Ruth Codd como Anya e Aya Furukawa como Natsuki.


Muitos desses novos rostos certamente vão integrar muitos outros projetos de Flanagan, conhecido por manter uma base fiel de colaboradores. Fica bem claro que essa base vai além dos nomes que sempre aparecem, mas também da equipe de produção, pois a unidade de tom e direção é mantida até quando o próprio Flanagan fica mais recluso ao papel de roteirista, como é o caso com O Clube da Meia-Noite.


A atenção de detalhes, objetos, cenários é realmente impressionante, e uma constante em todas as minisséries do universo do cineasta até agora. O que foge um pouco das anteriores é o uso mais presente de jump-scares, que raramente faziam parte dos episódios.

Concluindo, "O Clube da Meia-Noite" é uma série que embora não fique páreo aos projetos anteriores de Mike Flanagan, vale muito a pena ser assistida.





















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Matinê Baiana

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