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Me Chame Pelo Seu Nome: O Romance de uma Causa Perdida




Estava quatro anos atrasada, mas esse filme ainda causou um impacto surpreendente em mim quando o assisti nessa última sexta-feira. Eu não esperava muita coisa, especialmente não arrecadar uma baita lição de vida no meio da cara, como aconteceu. Não conhecia muito da história onde era situada, que sendo a Itália, teria me feito assistir de qualquer jeito, e muito mais rápido. Amo essa localização.


Mas fui apresentada com uma história que mais parece uma tragédia Shakespeariana, com direito á sensação doce e amarga ao mesmo tempo de uma paixão com os dias contados. Construída de uma maneira intimamente sensível, tanto partindo da direção que me causou uma sensação de nostalgia e conforto, mas também pelo roteiro e pelas performances que estão muito bem no filme todo, além da trilha composta e criada para o filme.


Nosso protagonista em Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name), é Elio (Timotheé Chalamet), um garoto ne 17 anos, que está passando as férias de verão no norte da Itália com seus pais. A história começa quando Oliver (Armie Hammer), um aluno univesitário do pai de Elio chega para passar as férias de verão na casa do professor, afim de continuar a pesquisa que ele estava conduzindo. Como muita gente já sabe, Elio e Oliver desenvolvem um romance intenso, que dura apenas 6 semanas.


É um filme sobre o primeiro amor, sobre amadurecimento através de sentimentos e paixões, e acredito que a mensagem desse filme tocou, e se essa review te influenciar, vai tocar muita gente.


Elio e sua família com Oliver

Pelos olhos e lentes de Luca Guadagnino, a história se desenrola naturalmente, as vezes até chegar a causar uma sutil vergonha alheia no telespectador ao nos recobrar algumas situações que nós vivemos em nossas vidas de adolescentes. As cenas de romance são cruas, mas não vulgares e sem tato, cruas no sentido de reais, não há filtro ali. Há uma intimidade em ser bobo experienciada apenas em certas situações, que são retratadas muito bem pela direção. Enquanto assistia o filme, senti a sensação de deja vú, e tenho quase certeza de que Guadagnino trouxe influências de “Cinema Paradiso (1988)”, também um filme Italiano pra sua direção.



Me Chame Pelo Seu Nome também pode ser considerado um filme polêmico, por duas razões: A diferença de idade entre o protagonista e seu interesse romântico é relativamente grande, e talvez cause a sensação de que Oliver está manipulando Elio, o que aconteceu comigo. A outra razão está presente no nome: que é o perigo de uma paixão que borda na possessão da outra pessoa, que nesse caso pode ser até um desejo mútuo.


Na minha opinião, o fato de a relação romântica em que o filme se ancora ser entre dois homens dá um ar a mais de “romance proibido”, também presente em tantas tragédias de Shakespeare, mas o verdadeiro tema, até onde percebi, se embasa em uma ideia mais geral de primeiro amor, e uma paixão intensa, como também a perda de uma.


Elio e Oliver

Gostaria de dar um toque também num detalhe importantíssimo nesse filme, que é a trilha sonora, e mais especificamente, das duas músicas tema escritas e cantadas por Sufjan Stevens, um artista que eu já conhecia desde que joguei o jogo para console Life is Strange: The Awesome adventures of Captain Spirit. As músicas casam muito bem com as sensações que a direção tentam passar, o que faz a obra final muito mais completa.



Por fim, eu gostaria de salientar que esse é um filme que todos deveriam assistir pelo menos uma vez, e pensar sobre ele. Por trás das polêmicas, e talvez do estranhamento que algumas pessoas possam sentir, o filme é sobre, talvez, a possibilidade de um grande amor, que é um dos desejos mais fortes de todas as pessoas. Peço a todos que ao assistirem, prestem atenção ao final, quando o Pai do Elio, interpretado pelo ator Michael Stuhlbarg, nos passa algumas lições de vida que me pareceram muito importantes, mas que não vou colocar aqui para proteger quem não assistiu ainda dos spoilers. É nesse momento em que o coração do filme está exposto pra mim. Só não escuta quem não quer.



A exposição do tema do filme

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Matinê Baiana

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