Crítica: Viúva Negra
- Clara Ballena
- Jul 20, 2021
- 3 min read
Com cenas de ação de tirar o fôlego, regadas com boas atuações e relações bem construídas, "Viúva Negra” é o filme certo, mas na hora errada.

Com seu tão aguardado filme solo após 10 anos sendo coadjuvante na narrativa de outros super heróis ou sempre na presença do grupo Vingadores, Viúva Negra se passa após os acontecimentos de “Capitão América: Guerra Civil”, onde, Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) se torna uma foragida após quebrar o tratado de Sokovia, e, ao descobrir que algo que acreditava ter finalizado no seu passado continua atormentando o presente, Natasha se une a Yelena Belova (Florence Pugh) para dar um fim a isso.
O filme cria seu impacto logo nas cenas iniciais, finalizando com uma abertura que já é melhor que muitos filmes da Marvel. O teor impactante desses minutos iniciais criam uma expectativa imensa logo de cara, que decai ao longo do filme por acabar seguindo os mesmos parâmetros narrativos de seus sucessores do universo Marvel. Não que a fórmula seja ruim, mas a evolução de outras produções da Marvel em fugir dela, trazem um retrocesso ao filme que se lança no mesmo ano de produções como "WandaVison" e “Eternos”.
Apesar disso, o filme consegue compensar pelas cenas de ação bem desenvolvidas e trabalhadas, além da dinâmica entre Natasha e Yelena, que conseguem criar uma relação de irmandade que nos agrada e cria empatia aos olhos do público. Diferente de Natasha, que o público já tem uma familiaridade, logo, já sente proximidade a sua figura, a chegada de Yelena ao universo Marvel é bem vinda, ainda mais com a brilhante atuação de Florence Pugh.

O desenvolvimento das duas personagens consegue ser construído com clareza no decorrer do filme, se perdendo em alguns momentos ao não explorar certos passados das personagens, especificamente, sobre a “Sala Vermelha”, local de treinamento das conhecidas Viúvas Negras. Esse local, sendo de importância para a história a ao passado das personagens, é pouco explorado, sendo que possui um material riquíssimo e profundo para construir uma trilogia, que infelizmente, já sabemos pelo fim da personagem em “Vingadores: Ultimato”, que não deve ocorrer com a nossa tão conhecida Natasha.
Enquanto alguns personagens são bem aproveitados, outros tão pouco estão presentes em cena ou trazem algo para mover a trama. O grande vilão apresentado nos trailers é pouco aproveitado, sendo uma decepção para a expectativa que lhe foi criada. Alexei Shostakov / Guardião Vermelho (David Harbour) e Melina Vostokoff (Rachel Weisz) acrescentam na trama pelas atuações, mas seus personagens não agregam na trama além de servir para um alívio cômico ou referência familiar para a dupla Natasha / Yelena.
Viúva Negra é um bom filme, consegue nos encantar pelas cenas de ação, alguns planos interessantes e uma trilha sonora que combina com o estilo de espionagem / ação que o filme propõe trazer. Mas por ter demorado tanto tempo, além de já sabermos o destino final da protagonista, o filme causa uma sensação de ter sido feito não por sua importância narrativa, mas sim pelo fato da insistência dos fãs em ver um filme solo da heroína.
É bom ver que a narrativa se propõe a dar continuidade a alguns personagens que foram apresentados ao longo do filme, mas a sensação que se tem ao acabar o filme não é de saudosismo, e sim, de que ele é mais uma prova de que a personagem possuía potencial para mais narrativas, e que infelizmente teve seu fim subitamente.
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