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Crítica: "Morbius" - Um fracasso já esperado

Sendo mais uma leva deste universo interligado entre Sony/Marvel, “Morbius” é um daqueles erros já esperados, não quebrando nenhuma expectativa alta porém, deixando a desejar em inúmeros aspectos.


Adiado 7 vezes por conta da pandemia, o longa estreia finalmente nos cinemas no dia 31/03/2022.


O filme conta a história do doutor Michael Morbius (Jared Leto), famoso cientista com distúrbio raro em seu sangue, que através de suas pesquisas, tenta encontrar uma cura para sua doença. Quando alcança, Morbius percebe que ela se trata na verdade de uma terrível maldição, o deixando com aspectos vampirescos e a urgência de se alimentar de sangue humano.


Seguindo o conceito de parecer um filme que está a todo o instante em velocidade acelerada como seu irmão de produtora “Venom”, o longa possui uma trama com desenvolvimentos rasos e rápidos que deixam o público exausto durante sua narrativa. Diferente do seu irmão, que entende seu conceito escracho, e brinca com isso (e por isso funciona), “Morbius” pesa em uma carga dramática desnecessária e fraca, e consequentemente, não deixa seus personagens respirarem a cada ação, ou dar tempo ao telespectador de criar alguma empatia por eles.


Apesar de Jared assumir o papel de protagonista, a uma divisão próxima, se não igual, do tempo de tela com o antagonista do filme, Milo (Matt Smith). Enquanto Jared assume uma posição heróica, tendo uma seriedade que o roteiro não entrega (mesmo seu personagem sendo um anti-herói nos quadrinhos), Matt Smith traz com mais leveza e comicidade seu personagem, que o mesmo afirma não ter entendido o seu papel em entrevistas recentes. Ambos tentam ao máximo extrair uma boa atuação, mas que infelizmente se torna incapaz devido ao péssimo roteiro. Ao menos para os fãs do ator Matt Smith, o filme consegue tirar um pequeno sorriso ao trazer algumas referências de seus trabalhos das séries “Doctor Who” e “The Crown”.


A direção de Daniel Espinosa é carregada de Slow Motion, que usa e utiliza desse recurso exageradamente, tornando cenas de ação em acidentes de comédia. Estas cenas são confusas, mal elaboradas e não comovem a audiência para sentir os ápices das emoções, como na conhecida batalha final de filmes do gênero. Salva-se os efeitos especiais, que apesar de não serem icônicos, trazem uma evolução em comparação ao aspecto simbionte de Venom.


O filme parece não encontrar sua identidade, seu real propósito nesse vasto universo cinematográfico. Desde a grafia do título até os créditos finais, a diferentes estéticas que não são complementares, somente confusas, que se destoam e somente acrescentam mais um elemento ao show de horrores que o filme propõe.


Se sua aceleração atrapalha a narrativa, o terceiro ato então é completamente destruído, dando a sensação de algo incompleto, sem fim. As cenas pós-créditos (duas) ainda são aceleradas, sendo passadas antes dos créditos finais. Elas, não geram surpresas e aparenta ser um trailer de um produto pior que ainda está por vir.


“Morbius” não é um fracasso por não se vender como um bom filme, mas se torna um ao entregar um produto fraco, mal elaborado e confuso a uma audiência que eles esperam comprar a ideia somente por ter um selo Marvel em sua abertura. As expectativas já estão baixas para o que virá adiante, resta saber se ainda existe algo a ser salvo, sendo mantido apenas pelo público curioso ou fiel ao MCU (Marvel Cinematic Universe), ou se o barco já está afundado, e não há mais salvação.


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Matinê Baiana

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