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Crítica: "De volta aos 15" - 1 Temporada

A uma recorrência em retratar o tema “Nostalgia” em diversas críticas, mas nesta não teve escapatória. “De volta aos 15”, série brasileira original da Netflix, sendo uma adaptação do livro de Bruna Vieira, estreou no dia 25 de fevereiro e já alcança o top 10 de diversos países. Abraçando a temática nostálgica fortemente, a série embala os telespectadores em um mix reconfortante de memórias do começo dos anos 2000.


A série tem como premissa a história de Anita (Maisa e Camila Queiroz), uma mulher de 30 anos que consegue de uma forma misteriosa através de um site chamado Flog, voltar ao passado, mais especificamente, aos seus 15 anos. Nessas viagens no tempo, Anita tentará corrigir tanto sua vida futura, quanto das pessoas ao seu redor.


Com o livro sendo lançado em 2013, há uma necessidade de adaptar certos elementos à modernidade, sem perder a nostalgia proposta. O trabalho da equipe de roteiro faz isso maravilhosamente bem. Composta majoritariamente por mulheres, Janaina Tokitaka, Alice Marcone, Renata Kochen e Bryan Ruffo realizam um trabalho dedicado em atualizar seus personagens, ao mesmo tempo que confere uma visualidade nostálgica que se torna prazerosa para todos os brasileiros que foram jovens nessa época. Apesar de alguns diálogos expositivos e uma certa falta de propósito claro da protagonista, a equipe consegue conduzir sua narrativa dividida em 6 episódios com duração média de 40 minutos positivamente, sendo facilmente maratonável.


Outra adaptação do livro para série que merece destaque é da personagem Camila. No livro, a personagem é uma mulher cis genero. Já na série, César na adolescência é interpretado por uma atriz não binária (Pedro Vinicius / Nila), e sua versão adulta pela roteirista e também atriz Alice Marcone, uma mulher trans. Além de criar uma maior profundidade a personagem até então idêntica às demais, só demonstra mais uma vez como a representatividade importa e de como histórias plurais inspiram e geram narrativas boas e interessantes.


Dividindo a difícil tarefa de contracenar uma mesma personagem em diferentes períodos, Maisa e Camila realizam com facilidade equilibrar as diferentes facetas da protagonista em seus diferentes anos de vida. A Anita, de Maisa, encara a dificuldade de atuar como uma mulher de 30 anos em um corpo de 15. Já Camila, em dar continuidade ao jeito adulto (porém nada maduro) da personagem. Ambas conseguem dar uma boa continuidade a personagem, interpretando maneirismo e entregando aquela protagonista que vemos fazendo besteira, mas que o público acaba simpatizando por passar pelas mesmas problemáticas.


A direção de Vivi Jundi e Dainara Toffoli é bem trabalhada, conseguindo fluir com facilidade através dos anos com artifícios poéticos e objetos de época muito bem trabalhados pela direção de arte. É uma direção clara, objetiva e condiz com a proposta temática, conduzindo o telespectador a uma narrativa leve.


Trazendo uma mensagem positiva sobre amadurecimento e adolescência, “De volta aos 15” é uma jornada prazerosa ao passado, que retoma relíquias da cultura brasileira de forma lúdica e emocionante, sendo ótima para assistir em um final de semana e relembrar diversos momentos da cultura dos anos 2000 que deixamos para trás.


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Matinê Baiana

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