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Crítica - "Homem-aranha: Através do aranhaverso"

O que faz algo se tornar um clássico? Seria sua longevidade? Sucesso de bilheteria? Temática atemporal? Ao sair de uma sala de cinema, é possível categorizar um longa com o substantivo “obra-prima”? No caso do filme "Homem-aranha: através do aranhaverso”, segundo longa da franquia que estreou em 2018, a afirmativa se torna gritante ao finalizar a sessão e sentir, com todas as afirmações possíveis, que algo histórico foi feito.


Nessa nova jornada, o nosso herói Miles Morales (Shameik Moore), mais amadurecido e compreendendo cada vez mais o seu papel como herói da vizinhança, acaba se vendo em um novo conflito: lidar com sua vida social ao mesmo tempo que enfrenta o vilão Mancha (Jason Schartzman). O que Miles não esperava, era enfrentar um novo desafio: Encarar o seu próprio destino. Descobrindo a existência de uma equipe de diferentes versões-aranhas ao redor do multiverso, que possuem o objetivo de proteger as linhas temporais e garantir que os diferentes universos entrem em colapso, o nosso protagonista entra em uma jornada épica que somente termina na continuação do longa, com previsão de estreia para 2024.


Em 2018, o primeiro filme da franquia já havia se consagrado com a revolução estética da animação. A combinação de diferentes estilos, como o traço de quadrinhos, o efeito de desfoque e os movimentos fluidos dos personagens, cria uma experiência visualmente encantadora. A vontade é de pausar o filme a cada instante para apreciar cada pequeno detalhe. A equipe de animadores, com a difícil tarefa de superar o trabalho realizado anteriormente, consegue com facilidade e mantendo a estética do original, produzir novos elementos inovadores de encher os olhos e de se emocionar a cada quadro da animação, que parece saltar da tela.


Através da manipulação habilidosa de luz e sombra, a animação proporciona uma profundidade extraordinária, dando vida aos personagens de maneira vívida e realista. Os cenários e ambientações nos levam aos quadrinhos, e a mesclagem de ambas as artes (Audiovisual e HQ) conseguem (mais uma vez) envolver o público em uma jornada rara.

O longa consegue sabiamente manter a base construída pelo personagem protagonista, trazendo traços marcantes de sua cultura e laços familiares, assim como inserir novas camadas e narrativas para outros personagens, como no caso da Gwen Stacy (Hailee Steinfeld). Outros personagens, que juntos, coadjuvam e enriquecem a narrativa, são o Spider-Punk (Daniel Kaluuya), Miguel O’Hara (Oscar Isaac) e Jessica Drew (Issa Rae). Se no primeiro longa, as diferentes versões já enchiam os olhos, nessa segunda jornada, as versões do querido miranha se tornam mais encantadoras, cômicas e surreais.


O enredo, que em alguns momentos se torna tão eletrizante que para olhos desacostumados, pode gerar uma sensação de desconforto, consegue cumprir e guiar o telespectador nas 2h16min de duração do filme. Apesar da interessante e dinâmica divulgação, a mesma acabou se tornando um contratempo para o longa. Ao invés de auxiliar, a utilização e saturação de certas cenas em trailers e divulgações promocionais, geram um efeito contrário ao proposto: Ao invés de admirar e se surpreender com tal cena, ela, inserida no filme, se torna um disco em eterno looping, sem surpresas ou encantamento. Com sorte, importantes partes do filme ficaram de fora da divulgação, e esses momentos se tornam raros em comparação ao produto geral.


“Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” é um clássico instantâneo que será lembrado e celebrado por gerações. Sendo uma obra que desperta um sentimento indescritível de maravilhosidade, a maestria com que cada elemento é cuidadosamente desenvolvido é evidente em cada cena, e o amor de realizar produções artísticas inovadoras é transpassado pelas telas do cinema. Não vejo a hora de acompanhar a segunda parte dessa jornada.


Pss: O filme não possui cenas pós-créditos.






 
 
 

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Matinê Baiana

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