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"Clarice": Uma caminhada nostálgica para o futuro

Updated: Oct 8, 2024


Produzida e lanada em 2021 pela CBS e com apenas 13 episódios em sua primeira temporada, a série “Clarice” segue a protagonista Clarice Starling após o encontro quase letal com o canibal Hannibal Lecter em "O Silêncio dos Inocentes".


Originalmente estrelado por Jodie Foster e Anthony Hopkins, a série segue Clarice, agora interpretada por Rebecca Breeds, tentando conciliar a carreira ameaçada no FBI e os efeitos do caso que a tornou famosa.


Mulher olhando séria para a câmera rodeada de mariposas
Rebecca Breeds como "Clarice" / Foto: The Movie Database

A série, agora hospedada na Prime Video, se alimenta da nostalgia criada pelo filme, que estreou há 30 anos, com a volta de alguns personagens icônicos. Além da própria Clarice Starling, como a Senadora Ruth Martin (Jeyne Atkinson), o agente Paul Krendler (Michael Cudlitz) e outros.


O uso dessa nostalgia foi usada de um jeito bom mas que pode ter sido prejudicial á própria série em termos de captar novos espectadores, além de não ter sido originalmente em uma plataforma de streaming.


“Clarice” se passa nos anos 90, e a fotografia, direção e até o roteiro emulam a sensação de que é realmente a continuação de "O Silêncio dos Inocentes". Com atenção especial para Rebecca Breeds, que interpreta Clarice. Sua caracterização desde os acessórios e figurino ao sotaque sulista faz a audiência realmente acreditar que aquela é a mesma personagem do filme.


O roteiro da série mostra uma protagonista traumatizada pelos eventos do filme, o que parece natural para o desenvolvimento dela. Esse tema é também reforçado pela personagem Catherine Martin (Marnee Carpinter), que foi a única vítima sobrevivente do serial-killer do filme. Assim, entrelaçadas pela violência, as dias vivem as onsequências do encontro com "Buffalo Bill" e dividem um arco de superação e amadurecimento.


Equipe de policia dos estados unidos
Still de "Clarice" / Foto: The Movie Data Base

Clarice começa a série completamente independente e relutante em confiar em seus parceiros de equipe, muitas vezes passando por cima de ordens de superiores para alcançar o que acha importante.


Do outro lado da moeda, temos um grupo de agentes já formado e também relutante em aceitar as opiniões e atitudes arriscadas de Clarice. Esse desenvolvimento da relação entre personagens é gradual e interessante de assistir.


Os outros personagens são multi-dimencionais e todos tem seus dramas pessoais, rapidamente explorados em cena, com que Clarice entra em contato. O destaque vai para Ardelia Mapp (Devyn A. Tyler), que finalmente recebe o início do reconhecimento que merece. É por ela que a temática racial dentro do FBI é introduzida, e também o racismo por dentro da burocracia de uma instituição quase hipócrita.


Duas mulheres olham para a câmera
Rebecca Breeds e Devyn A. Tyler em "Clarice" / Foto: The Movie Database

Assim como em "O Silêncio dos Inocêntes", a câmera não é tímida em nos mostrar a violência. As cenas de crime são cruas e a caracterização dos cadáveres é impressionante, e mais desagradáveis quando comparadas à cenas de crime mais “limpas” em outras séries policiais.


Também diferente da estrutura mais conhecida, “Clarice” já começa com um passo á frente do típico assassinato ou do serial killer, seguindo então pela linha de um caso enorme durante a temporada toda.


Concluíndo, "Clarice" certamente é uma série de "nicho", provavelmente agradando bastante aquela audiência que adorou "Mind Hunter". É sensível em tocar em temas como racismo e transfobia nos anos 90, sem ser fraca. A narrativa também toca o futuro da protagonista muito bem, seguindo sua caracterização original ao pé da letra.


Assista ao Trailer de "Clarice":



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Matinê Baiana

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