"Agente Oculto": Um meio twist de mais um daqueles filmes de espião
- Helena Vilaboim
- Jul 26, 2022
- 2 min read
Toda vez que a Netflix faz um grande esforço de marketing para lançar um de seus filmes com grande estrelas de Hollywood, é bem possível que esse longa seja um caso de "mais um do mesmo". Isso já aconteceu uma vez, com o lançamento do filme "Alerta Vermelho", lançado no início do ano, e promete acontecer novamente.
"Agente Oculto" (The Grey Man), é um filme que saiu no dia 22 de Julho de 2022, dirigido pelos irmãos Russo, mais conhecidos por sua direção de vários filmes da Marvel Studios, e escrito por Christopher Markus, Stephen McFeely, Joe Russo e Mark Greaney. O longa conta com 2 horas e 18 minutos de duração e está disponível na Netflix.

A narrativa de "Agente Oculto" segue "Six" (Ryan Gosling), um operário da CIA que faz o trabalho sujo com que a organização não pode ser associada. Quando ele termina uma missão e descobre uma conspiração dentro da CIA, ele passa a ser o alvo de uma caçada internacional, e vai precisar de ajuda para escapar com vida.
A premissa simples, pegada emprestado de filmes de espião mais antigas, como "Missão Impossível", tinha tudo para não dar errado. Munida de um forte elenco, e de diretores famosos, a Netflix claramente pensou que o filme já estava pronto.

O problema é que mesmo com tudo isso, a narrativa guiada por 4 escritores enche a tela de personagens que são esquecidos logo na cena seguinte e complicações que não fazem muito sentido, o que complica o engajamento do público.
Por exemplo a menção de um chefão que nunca aparece, e sua influência não é sentida pelos personagens. A sensação que é transmitida aqui é que esse personagem só foi mencionado para aparecer numa possível sequência do longa.
A direção dos Irmãos Russo é criativa e astuta em algumas situações e entrega imagens e sequências interessantes, mas tem que cumprir vários shots clássicos do gênero de ação e espionagem, como perseguições e cenas de ação batidas, o que gera uma alternação entre prender a audiência olhando para a tela e deixar os espectadores desinteressados, com uma sensação de deja-vu.

O trio principal, formado por Gosling e contando ainda com Ana de Armas e Chris Evans, dá um show. Os atores formam uma química forte instantaneamente, o que certamente é por já terem trabalhado juntos.
A atenção em "Agente Oculto" cai em De Armas, que entrega seu segundo projeto de ação de forma muito competente, e em Evans, que pela segunda vez foge do estereótipo do herói americano pelo qual ele ficou melhor conhecido por interpretar o famoso Capitão América.
Gosling impressiona nas cenas de ação que mostram o quão seu personagem é habilidoso em sair de situações difíceis, mas infelizmente o ator não entrega muito no aspecto emocional - talvez pelo personagem - o que dificulta que a audiência acredite em todo o arco emotivo que é criado ao redor dele.
Em conclusão "Agente Oculto" é aquele filme batido de espionagem, que possui algumas partes interessantes, mas que no final é aquela velha história de ir entregando algo muito parecido com muitos e muitos outros produtos.
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